14/08/2011

NINFAS DIABÓLICAS


Lançado em São Paulo em agosto de 1978, “Ninfas Diabólicas”, de John Doo, praticamente não foi mais visto depois de ter saído de cartaz. Nunca lançado em VHS, o filme vivia apenas na lembrança dos que o assistiram no cinema na época. As histórias que ouvi desde então diziam que um rolo havia sumido, ou mesmo que a cópia estava desaparecida.
Para surpresa de muitos o filme ressurgiu numa mostra do CCBB no ano passado, mas problemas particulares me impediram de assisti-lo. Finalmente no final de julho, dentro da mostra dedicada a Sergio Hingst na Cinemateca, tive a oportunidade de conferir essa obra que estava se tornando quase mítica. Numa cópia excelente, somos apresentados a esse homem de classe média (Hingst), casado e pai de dois filhos. Um dia, ao levar as crianças para a escola ele recusa carona a uma bela japonesinha (Misaki Tanaka). Mas depois, dirigindo-se ao trabalho, dá carona a duas estudantes, Úrsula (Aldine Muller) e Circe (Patrícia Scalvi) que logo começam um jogo de sedução e o convencem a dirigir até uma praia.
Aparentemente as pessoas eram mais ingênuas naquela época, já que ele não demonstra nenhuma preocupação quando elas o levam até uma casa abandonada no meio de uma praia deserta. Pelo contrário, logo está correndo atrás de Úrsula, a essa altura já completamente pelada, enquanto Circe fica na frente da casa, observando os pássaros. Esse clima idílico, no entanto, dará lugar a uma série de acontecimentos estranhos envolvendo as duas moças, instalando-se o horror que culmina num assassinato e num acidente de carro.
A ficha técnica impressiona: roteiro de Ody Fraga, montagem de Máximo Barro, música de Rogério Duprat, direção de fotografia e câmera de Ozualdo Candeias, todos contribuindo na criação de uma crescente atmosfera de pesadelo acordado, de desequilíbrio, de sensualidade e morte.
E claro, graças ao chinês Doo, o filme tem muito dos contos de terror orientais, lembrando em alguns momentos as obras-primas fantásticas de Kaneto Shindo, O Gato Preto e Onibaba.
Um grande filme brasileiro do gênero terror, com grandes interpretações do trio principal, finalmente disponível para todos que apreciam o bom cinema, e que nos dá esperança de que outros filmes que estão décadas esquecidos em alguma prateleira sejam restaurados e exibidos.

5 comentários:

Rafa Amaral disse...

Olá amigo cinéfilo! Adorei seu blog e coloquei o link no meu, também de cinema http://saudadesdobomcinema.wordpress.com/ O que acha de trocarmos links e você colocar o meu aqui? Valeu!

Sergio Andrade disse...

Muito bom seu blog, Rafa! Vou linkar aqui.

Abs

Carla Marinho disse...

Ola Sérgio, estou aqui para te convidar a visitar o Blogs de CInema Classico. Caso queira participar do mesmo,g entileza manter contato.
atenciosamente,

Carla Marinho
blogsdecinemaclassico.blogspot.com

ANTONIO NAHUD disse...

Gosto do John Doo, mas não conheço esse filme.


O Falcão Maltês

Sergio Andrade disse...

Oi, Carla. Logo irei visitar o blog. Obrigado pelo convite!

Antonio, não se preocupe, um dia você verá esse filme. Eu mesmo aguardei "apenas" 33 anos para assisti-lo rsss

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