Inúmeros livros já foram escritos sobre o film noir, título dado pelos franceses a uma série de filmes criminais americanos influenciados pelo expressionismo alemão e produzidos nas décadas de 40 e 50.
Cada autor faz sua lista pessoal do que entende ser film noir. Assim que filmes de gêneros tão diversos quanto o western (Matar ou Morrer e Sangue na Lua), o filme de boxe (Punhos de Campeão), de aventura (Calcutá), de sobrenatural (O Enviado de Satanás), de guerra (Capacete de Aço), de ficção científica (Vampiros de Almas e 2001, Uma Odisséia no Espaço), comédia (A Dama Desconhecida) são considerados noirs.
Um dos melhores livros sobre o assunto foi publicado aqui mesmo no Brasil, de autoria do mestre A. C. Gomes de Mattos, "O Outro Lado da Noite: Filme Noir".
O que é um filme noir? Um movimento? Um ciclo? Um gênero? Um estilo? Uma tendência?
Para Mattos não se trata de nenhuma dessas definições, mas é "um desvio ou evolução dentro do vasto campo do gênero drama criminal, que teve o seu apogeu durante os anos 40 até meados dos anos 50 e foi uma resposta às condições sociais, históricas e culturais reinantes na América durante a Segunda Guerra Mundial e no imediato pós-guerra".
Ele divide os filmes entre noirs puros e noirs impuros.
Os impuros seriam aqueles nos quais podem ser vislumbrados elementos noirs temáticos ou visuais (ou seja, todos os citados acima).
O noir puro é o que conjuga as formas de ficção criminal americana, encontradas nas obras de escritores geniais como Dashiell Hammett, Raymond Chandler, James M. Cain e Cornell Woolrich, com o visual expressionista.
Tem que ter um tom deprimente e pessimista; e um clima de corrupção, morte, angústia, fatalismo, etc.
E o mais importante: a ambientação deve ser a urbana americana dos anos 40 e 50 "porque o filme noir está ligado a este período histórico, sendo condicionado pelas condições socioculturais então reinantes".
Você pode até discordar das opiniões do Professor Gomes de Mattos (eu, p. ex., considero o filme noir um estilo), mas com certeza irá se deliciar com sua minuciosa análise de 150 filmes que ele considera os mais importantes filmes noirs puros.
Obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.
E o mais importante: a ambientação deve ser a urbana americana dos anos 40 e 50 "porque o filme noir está ligado a este período histórico, sendo condicionado pelas condições socioculturais então reinantes".
Você pode até discordar das opiniões do Professor Gomes de Mattos (eu, p. ex., considero o filme noir um estilo), mas com certeza irá se deliciar com sua minuciosa análise de 150 filmes que ele considera os mais importantes filmes noirs puros.
Obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.
MATTOS, A. C. Gomes de. O Outro Lado da Noite: Filme Noir. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. (Artemídia)
8 comentários:
Interessante o texto. E concordo plenamente quando diz que é obrigatório para qualquer cinefilo que se preze. O noir é um estilo belíssimo!
Fala, Ronald! O noir é belíssimo mesmo, tanto em termos visuais quanto no retrato que apresenta dos seres humanos!
Como prometido você postou! Isso é bom, capacitando e indicando uma fase envolvente do cinema, dá-lhe Sergio!
De A.C. Gomes de Mattos conheço apenas 'A outra face de Hollywood: filme B', um livro bastante interessante. Não tenho o seu livro sobre o western, nem esse citado por você. Seu texto me faz pensar em adquirir os dois, já que o o sobre o faroeste já estava em meus planos. Há também um livro ('Film noir'), da Taschen, que também deve ser interessantíssimo. Um abraço.
Ah, sim, para completar: '2001', fim noir? Sinceramente, só forçando a barra, acho eu... Outro abraço.
Falou, Urina (agora até c/ foto hehe)! Obrigado pelo comment!
Olá, Moacy! Tenho os 3 livros do Mattos, todos muito interessantes e repletos de informações. Olha só, hoje mesmo estava folheando esse livro da Taschen na FNAC. Como sempre é de uma qualidade editorial impecável, com fotos maravilhosas. A vontade de adquirir foi grande, mas diante do preço fiquei na vontade mesmo :)
Ah, sim, segundo o A.C. foi Raymond Durgnat que incluiu em sua lista Matar ou Morrer e 2001. Realmente, forçou a barra!
Abraço!
Tenho o livro, falta só criar coragem pra procurar os filmes que ainda não vi. A femme fatalle talvez seja a imagem mais forte que a leitura me trouxe quando sai de sua leitura. Um elemento primordial no gênero. Ah, vejo film noir como gênero.
Marcos, filme noir sem femme fatale não é filme noir hehe! E tome coragem e vá atrás desses filmes, são imperdíveis. A discussão sobre o que é filme noir nunca vai ter fim :) Abç!
Postar um comentário