13/05/2010

TUDO PODE DAR CERTO

Woody Allen volta a New York, depois da temporada européia, retomando aquele personagem típico de seus filmes: hipocondríaco, mal humorado, misantropo. A diferença é que o alter-ego da vez, Boris Yellnikoff (Larry David) é o mais agressivo de todos. Ele passa o tempo todo insultando seus amigos, as crianças a quem deveria ensinar xadrez e até nós, espectadores, já que fala olhando diretamente para a câmera diversas vezes.

Nem mesmo a entrada em sua vida de uma garota vinda do Mississipi, Melody (absolutamente adorável Evan Rachel Wood) muda seu gênio, apesar do eventual envolvimento amoroso entre os dois. Mas tudo é mostrado de forma bem humorada, mas também amarga.

A coisa fica ainda melhor com a entrada em cena primeiro da mãe, Marietta (Patrícia Clarkson, provando mais uma vez ser uma das maiores atrizes do momento) e depois do pai, John (Ed Begley Jr., excelente) de Melody, típicos representantes do fundamentalismo católico da América profunda. O contato com a sofisticada Nova York, contudo, irá provocar uma inesperada mudança no comportamento sexual de ambos (uma bela alfinetada de Allen na direita ultraconservadora americana).

“Tudo Pode dar Certo” é um filme bem agradável. O resultado final é muito superior aos dois filmes ingleses do diretor, mas está longe das qualidades do extraordinário “Vicky Cristina Barcelona”.

4 comentários:

Ronald Perrone disse...

É muito bom ver que o Allen vem acertando novamente, depois de Match Point nenhum filme me decepcionou. Também gostei bastante deste novo dele.

Sergio disse...

Match Point e Cassandra's dream eu não gosto, Ronald, mas Scoop e principalmente Vicky Cristina são ótimos.

Abs

Francisco Sobreira disse...

Boa resenha, Sérgio. Mas lhe confesso que os filmes atuais de Allen não me empolgam como os do passado. E ao contrário de você, não gostei de Vicky Cristina Barcelona. Um abraço.

Sergio Andrade disse...

Sobreira, concordo com você que os filmes recentes do Allen não se comparam com os mais antigos, com exceção justamente do Vicky Cristina Barcelona, que coloco entre as grandes obras dele.

Um abraço.

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