13/07/2007

CÃO SEM DONO

O filme mais fraco de Beto Brant, mas como ele divide a direção com Renato Ciasca fica a dúvida sobre quem é o culpado pelo frouxo resultado final.
É verdade que nunca fui fã de “Os Matadores”, onde ele demonstrava talento para ousar mas também a insegurança típica de um diretor estreante em longas. Mas gosto muito de seus três filmes seguintes, em especial o pouco compreendido “Crime Delicado”.
Neste “Cão sem Dono” acompanha-se com pouco interesse esse cara sujinho que, sabe-se lá como, leva uma jovem, linda e gostosíssima modelo pra cama. Tudo bem, a moça podia nutrir uma tara por sujeitos pouco asseados, mas isso nunca fica claro.
Ele tem um cão vira-lata que encontrou na rua, e que o segue nas caminhadas pela cidade. Aqui temos outro ponto discutível, pois as filmagens foram em Porto Alegre, mas talvez nem os porto-alegrenses consigam identificar suas ruas no filme. Não seria melhor ter aproveitado a arquitetura da cidade, pouquíssimo vista em filmes ou mesmo na TV, para fins dramáticos?
A própria crise existencial do cara, sua apatia, é pouco convincente, pois ele tem pais carinhosos que o apóiam, e mesmo um emprego razoável, como tradutor de literatura russa.
Enfim, me decepcionei bastante com o filme. Suas maiores qualidades estão nas interpretações de Roberto Oliveira e Sandra Possani como os pais, e na beleza de Tainá Müller, embora ela tenha que se aprimorar muito como atriz. E destaque também para o simpático vira-lata, que infelizmente aparece pouco mas mostra-se muito mais interessante que o personagem principal.
Espero que em seu próximo filme Beto volte a dirigir sozinho, e que Renato se dedique ao que sabe fazer melhor, produzir e roteirizar.

25 comentários:

Anônimo disse...

Sergio, foi ótimo vc ter postado sobre esse filme! Me deu uma guiada para a próxima semana...:) Tb não sou fã de Matadores.
O filme do Zurlini é lindo, lindo. Meláncólico, emocionante e com uma das melhores atuações do Delon. Acho que começarei minha coleção do Zurlini. Faz-se necessário. Um beijo!

Lovely69 disse...

pra descobrir o culpado é simples: inscreve no oscar e vamos ver quem reivindica o posto principal! :D:D:D

Anônimo disse...

Graciele, preciso rever o filme do Zurlini. Aliás, preciso começar minha coleção também.

HAHAHA! Achei ótimo seu teste para detectar a autoria do filme, Mara :)

Beijos!

Anônimo disse...

Oi Sérgio. Já falei faz um tempo sobre esse filme do Brant que eu gosto muito. O destaque do elenco além do protagonista e seu cão, é o atoe que interpreta o pai dele, muito bom. A história é muito singela e tem grandes qualidades em sua simplicidade, fala da solidão nas grandes cidades de maneira universal...

Anônimo disse...

Fala, Marcelo! Lembro que você elogiou bastante o filme, e fui assisti-lo esperando pelo melhor. Mas o filme não me entusiasmou como os outros do Brant, achei tudo morno, faltou emoção.
Agora, em relação a solidão nas grandes cidades não vi ainda, mas pelo que li por ai, inclusive no seu blog, o filme do Resnais em cartaz é muito melhor.
Obrigado pelo comentário, Marcelo. Abração!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Sergio, vá ver Ratatouille!!! A animação mais bacana e de msg mais sofisticada dos últimos tempos. Uma delícia e (veja só!) tb trata da solidão! Biscoito fino.

Anônimo disse...

Graciele, eu vi Ratatouille, uma animação encantadora e que fala de solidão, mesmo, entre outros assuntos. Um filme para todas as idades.

Unknown disse...

Ahhhh, cheguei atrasada! :(, mas é maravilhoso ver que continuamos sintonizados em nossos gostos cinematográficos. Um beijo!

André disse...

é melhor que Crime Delicado pelo menos?

Anônimo disse...

André, recomendo que você releia o texto, em especial a parte em que eu cito Crime Delicado. Abraço!

Ronald Perrone disse...

Ouvi falar bem desse filme... Não sei quando vou ter a oportunidade de ver, mas, já vou com o pé atrás... mas nunca fui muito com o cinema do Brant mesmo...

Anônimo disse...

Fala, Ronald. Eu também só tinha ouvido falar bem, até o momento em que fui ver.
O Brant é um bom diretor, mas aqui errou a mão feio.
Um abraço!

Anônimo disse...

É Serjão, eu também não gostei deste Cão Sem Dono. Fiquei extremamente desapontado com o filme, bem como Baixio das Bestas. Também não gostei de Crime Delicado, e creio que o Brant teve sua grande fase quando fazia filmes policiais e mais com a cara dele como Ação Entre Amigos ou O Invasor. Era um cinema mais legal. E sinceramente, acho que ele conhece bem São Paulo e a filma maravilhosamente bem. Já Porto Alegre, parece não ter a mesma afinação.

Anônimo disse...

Oi, Matheus!
Gosto muito do Crime Delicado, mas Cão sem Dono é muito fraco, mesmo. Ação Entre Amigos também é excelente. O Brant sabe como filmar a cidade. Agora, se era pra ter filmado Porto Alegre daquele jeito, era melhor não ter filmado.
Abraço!

Demonarch disse...

Estou para ver...

Anônimo disse...

Veja sim, Demonarch, mas é bom não alimentar muita expectativa.

André disse...

Vi hoje.

E quer saber? Achei muito melhor que "Crime Indelicado" :)

Anônimo disse...

É aquela velha história, André, gosto é gosto...
Mas tenho certeza que Crime DELICADO um dia terá seu valor devidamente reconhecido :)

Michel Simões disse...

No meu caso é meu filme do Brant preferido!!!!

Anônimo disse...

ANDRÉ e MICHEL, comentários assim me devolvem a crença na humanidade... Muito bem !!!

Anônimo disse...

ANDRÉ, MICHEL E MARCELO - Esse filme tem sido quase uma unanimidade entre críticos e blogueiros. Mas não é pra isso tudo, não. Muito fraquinho!

Anônimo disse...

Sergio, nem vou me arriscar. Nosso gosto é bem parecido, dificílimo discordarmos. :D

Anônimo disse...

Quando assisti um filme de Beto Brant pela primeira vez (no caso, Os Matadores), pensei comigo: "esse cara é doente!". Doente, nada. O cara é visceral. Expõe as mazelas sociais e os conflitos humanos como niguém. Caso claro disso é Crime Delicado onde transforma o crítico teatral vivido por Marco Ricca num ser humano depressivo e praticamente anormal. Em Cão sem Dono - dessa vez ao lado de Sciasca - ele repete a tendência mostrando um indivíduo que sente pena de si próprio e quer que nós, pobres espectadores, também sintamos pena dele. Fala sério! O filme é bárbaro. Agora quero ver O Passado do Babenco (dizem que o Rímini feito pelo Gael García Bernal também tem um lado caótico interessante).

(http://claque-te.blogspot.com): Paris, Te Amo.

Anônimo disse...

Fala, Roberto!
Sim, filmes como Ação Entre Amigos e Crime Delicado são fortes, viscerais, estimulantes, ao contrário de Cão sem Dono, que provoca apenas tédio.
Os diálogos então, que se pretendem naturalistas, são de uma pobreza constrangedora. Cada vez que penso no filme acabo gostando menos dele.

Quanto ao O Passado, do Babenco, vi o trailler e me pareceu bem interessante.

Abraço!

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