09/05/2007

COLUNINHA DO BIÁFORA

A ficha já havia caido ao ler este trecho do texto da Andréa: "Se você quiser uma voz discordante a esta "reconstrução histórica", terá que procurar em Antônio Moniz Vianna, Rubem Biáfora, Alfredo Sternheim, Salvyano Cavalcanti de Paiva. Mas eles estão lá embaixo, soterrados por montanhas e montanhas de estudos críticos e dissertações de doutorado sobre os cinemanovistas".
Lendo agora a entrevista do Edu Janks para a Zingu! não tive mais dúvidas.

Como todos sabem sou o responsável pela seleção dos textos da "Coluna do Biáfora". Para fazer a seleção tenho relido suas "Indicações da Semana" (que eu coleciono desde 1976). Estou (re)descobrindo textos excelentes, mas que não cabem na revista por serem às vezes muito curtos (ele resenhava uma média de 10 filmes novos por semana). Lendo-os em ordem cronológica, dá até para traçar um perfil histórico do que foi a Boca do Lixo. Decidi então, a partir de agora, publicar aqui algumas dessas resenhas (ainda não sei com que periodicidade), que tratem especificamente de cinema popular brasileiro, mas não apenas (quero resgatar também a fase de ouro do cinema japonês aqui em São Paulo, do qual o Biáfora foi o grande divulgador). Os textos mais longos continuarão sendo publicados na Zingu! E embora a decisão já esteja tomada (hehe) gostaria de saber a opinião e sugestões dos amigos e leitores. Ao primeiro texto, então:

"UM GOLPE SEXY – Uma surpresa. Filme paulista produzido na rua do Triunfo, mas sem os estigmas das obras “essencialmente” engendradas no famigerado local. De uma historiazinha muito “datada”, escrita pela co-produtora Paula Ramos (que é também atriz espontânea mas aqui manteve-se ausente do elenco), da trama ingênua de uma menina que, a fim de fugir aos avanços do padastro, disfarça-se de homem, foge de casa e passa a enfrentar as situações de hábito, o iluminador e diretor húngaro Gyula Kolozsvary, atuando como diretor, apresenta um trabalho elogiável. Há erros, sobretudo o da distribuição de papéis (a falência mais contumaz e desnecessária em nossos cinemas), mas Kolozsvary se sai muito melhor do que seria lícito esperar. No elenco, ainda que também ela recebendo papel inadequado, a decisiva presença é a da bela catarinense Magrit Siebert, que com todo o seu ar de desafiadora e indomável valquiria, faz o impossível papel de filha de um rústico empregado de fazenda."

Publicado originalmente no "O Estado de S. Paulo" de 27/02/77

Cena de "A Casa das Tentações", dirigido por Rubem Biáfora.






9 comentários:

Anônimo disse...

Sérgio, você está apoiadíssimo de minha parte em mais essa empreitada. Ler Biáfora sempre é bom. Valeu pelos comentários lá no VÁ E VEJA.

Anônimo disse...

Eu gostei bastante da idéia, faço coro com Osvaldo: ler Biáfora é sempre muito bom!

Ronald Perrone disse...

Idéia sensacional, meu caro!

Andrea Ormond disse...

Oi, Sergio, muito boa a idéia de divulgar os textos do Biáfora. Precisamos desentocar nossas coleções e dividi-las com os leitores :) Um beijo!

Anônimo disse...

OSVALDO, GRACIELE E RONALD - Obrigado por apoiarem a idéia. Mas aguardem novidades! :)

ANDRÉA - Concordo plenamente! Do que vale uma coleção guardada a sete chaves?
É preciso disponibilizar os textos dos grandes mestres: Biáfora, Moniz Vianna, Paiva, Sternheim, Edmar Pereira, Pola Vartuck, Ida Laura, Bruna Becherucci, Spiewack, Fassoni, Azeredo, etc.
Beijos!

Moacy Cirne disse...

Oi, a sua iniciativa em relação a Biáfora é da maior importância (outro crítico paulista que muito me agradava nos velhos tempos era Francisco Luiz de Almeida Sales). Aliás, a Zingu! está no Balaio. Um abração.

Anônimo disse...

Sergio, adivinha o que assisti ontem? Hills have eyes 2, Wes Craven em grande forma. Assisti na inauguração do Cinemark Boulevard Tatuape. Adorei o filme, mas descobri que vai sair direto em dvd. Uma pena.
Foi legal ter visto bem agora, porque ainda tenho o remake, do primeiro, do Aja, na memória. A comparação de estilos é inevitável, acho que WES procura assustar mais e politiza um tantinho menos que AJA. Mesmo assim, não dá para assistir ao filme do Wes sem pensar em política, afinal Kandahar aparece logo de cara, nos primeiros minutinhos. Beijos e saudades imensas.

Anônimo disse...

Valeu, Moacy! Vc lembrou de outro grande crítico, o "Presidente" Almeida Sales. Dele foi publicado uma coletânea uns anos atrás.
E obrigado pela divulgação da Zingu!
Grande abraço.

Graciele, então você foi uma privilegiada...Não vão lançar esse filme nos cinemas? Bem que o Carrard disse que está havendo uma campanha anti-filmes de horror no Brasil. Os distribuidores são uns idiotas mesmo!
Bom saber que você gostou, agora só nos resta ver em DVD.
Beijos, saudades.

Anônimo disse...

Eu tb acredito nisso que o Carrard colocou. Uma pena.

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