Já faz mais de uma semana que vi o filme, mas a falta de tempo é tanta que não consegui escrever nada. Tudo bem, a vida é assim mesmo.
Aproveitei que estava sendo exibido no Marabá para finalmente conferir como ficou esse tradicional cinema paulistano após a reforma.
Aproveitei que estava sendo exibido no Marabá para finalmente conferir como ficou esse tradicional cinema paulistano após a reforma.
O hall de entrada foi preservado, com as pilastras, a bombonière agora modernizada, e aquele belo lustre acima dela. A bilheteria não é mais no guichê externo, mas sim na lateral direita de quem entra.
O Marabá ficou muito bonito, mas passada a porta vermelha e estofada que dá acesso às salas nada mais lembra o cinema que tinha mais de 1600 poltronas.
Mas foi charmoso ter visto um filme que fala de São Paulo no centro velho da cidade, num espaço que felizmente não virou estacionamento ou igreja evangélica.
O Marabá ficou muito bonito, mas passada a porta vermelha e estofada que dá acesso às salas nada mais lembra o cinema que tinha mais de 1600 poltronas.
Mas foi charmoso ter visto um filme que fala de São Paulo no centro velho da cidade, num espaço que felizmente não virou estacionamento ou igreja evangélica.
O novo filme de Roberto Moreira não tem a força do anterior, "Contra Todos", porém é um belo trabalho. De modo sensível, mostra a procura do amor por um grupo de moradores de um prédio na Avenida Paulista. Nem tudo funciona a contento, algumas cenas parecem gratuitas ou inverossímeis, como um encontro no ônibus, mas prevalece a sinceridade do diretor e dos interpretes. Sílvia Lourenço nos presenteia com mais uma ótima atuação, inclusive com um convincente sotaque do interior do estado; Maria Clara Spinelli se equilibra bem num personagem que poderia cair na caricatura; Fábio Herford transmite toda fragilidade de um intelectual apaixonado pela pessoa errada. Sem esquecer de Ailton Graça, Leilah Moreno, Gustavo Machado e até mesmo Paulo Vilhena e Danni Carlos (uma revelação!).
"Quanto Dura o Amor?" não é perfeito, mas consegue passar seu recado direitinho.
"Quanto Dura o Amor?" não é perfeito, mas consegue passar seu recado direitinho.
11 comentários:
Sérgio,
Gostei de saber que esse cinema foi reformado, continuando a funcionar, em vez de ser transformado em um local comercial ou religioso. Olhe, não sei se você sabe que um cinema lá na Polônia comemoreo 100 anos no mês passado. 100 anos! Um abraço.
Mas para sobreviver ele teve que se adaptar aos novos tempos, Sobreira. Foi dividido em 5 salas, mas antes isso do que virar local comercial ou religioso, claro.
Não sabia desse cinema, ótima notícia! Parabéns para ele!
Abraço.
Estou doido para ver esse filme, mas ele acinda não chegou para as bandas de cá.
Abs
Os anos passam e os problemas de distribuição de filmes no Brasil continuam os mesmos, Adilson...
Meu amigo,
Com 20 anos de cinema nas costas, sendo que uns cinco como assistente de programação e os últimos seis como programador, digo que é mais complexo que isso.
É Distribuição/Exibição/público.
As majors, que tem mais poder de fogo no mercado exibidor viraram as costas para filme brasileiro - a não ser Globo Filmes.
Os exibidores que fogem feito diabo da cruz de filme brasileiro, a não ser da Globo Filmes - e sobra todo o resto para o circuito alternativo.
E o público que também foge dos filmes brasileiros - a não ser os da Globo Filmes.
Como programador, tinha que pisar firme para lançar filme brasileiro e depois não ter que tirar na segunda semana.
Abs
A coisa é complicada mesmo, Adilson!
E ficamos todos reféns da Globo Filmes :(
Abs
Amigo,
Refém nós, que apreciamos a diversidade do cinema brasileiro - ainda que hoje ele esteja parecidinho parecidinho.
Porque o público lota os filmes da Globo Filmes.
O que também acho importante, mas dessa forma, sobra pouco espaço para o cinema alternativo, já que os grandes exibidores correm léguas desse tipo de cinema.
Sobra para o circuito alternativo, mas também esse dito público pensante não dá muita bola não.
A saída para divulgação e formação de público para o cinema brasileiro tem que ser a televisão.
O Canal Brasil tinha que ser uma TV aberta e as TVs abertas deveriam ser OBRIGADAS a passar cinema brasileiro de forma normal em suas grades.
Mas o que fazer se até a TV Brasil e as TVs culturas passam pouco cinema nacional e quando fazem ainda picotam a exibição?
Catástrofe geral.
Abs
Meu caro,
Sim, me referia a nós, que apreciamos o cinema brasileiro em sua diversidade, como reféns.
Num mundo ideal a Globo Filmes dividiria espaço com o cinema dito alternativo, mas não é o que acontece.
Também acho que o Canal Brasil deveria ser aberto, mas não concordo com a obrigação das TVs abertas exibirem filmes nacionais. Tudo que é obrigatório acaba sendo prejudicial. Deveria ser uma decisão espontânea. Lembro da Sala Especial da Record, que passava pornochanchadas mas também filmes do Khouri! A Globo exibia chanchadas da Atlântida aos sábados de manhã. Na Cultura havia uma sessão voltada apenas para filmes nossos, da Vera Cruz ao Cinema Marginal. Mas será que fariam sucesso de audiência hoje em dia? Tenho minhas dúvidas.
Talvez se houvesse uma matéria nas escolas, desde o ensino fundamental, voltada para o cinema nacional...Mas ai seria sonhar alto demais...
Abraço!
Meu caro,
Eu acho que as TVs abertas deveriam ser obrigadas sim, pois são concessão do governo.
Se for esperar boa vontade dessa gente, pode esquecer.
Também adorava essas sessões especiais, mas hoje, creio, que o cinema brasileiro deveria estar inserido normalmente nas grades das TVs.
Senão fica aquela coisa ridícula da Globo de Festival Nacional ou então o não menos ridículo e hipócrita dia do cinema brasileiro na Cinemark.
Abs
E sobre audiência acredito que teria sim.
Mas a função maior, acredito, seria a de formação de platéias.
Abs
Continuo achando que obrigação não leva a nada, Adilson.
Agora, formação de público, nisso estamos de pleno acordo. Tem tudo a ver com o que disse no final de meu comentário anterior.
Aqui em SP alguns cinemas promovem sessões para escolas, p. ex. Não sei se acontece em outros estados, mas creio que é uma boa maneira de fazer com que o público, desde cedo, passe a conhecer e a gostar do cinema feito aqui.
Abrs!
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