Finalmente tive acesso aos filmes desse grande cineasta contemporâneo que infelizmente, assim como outros, continua invisível em nosso circuito exibidor,
Um jovem, técnico em informática, comete suicídio aparentemente sem motivo, deixando seus colegas de trabalho inconsolados. Ao mesmo tempo, outro rapaz, Nakashima, totalmente ignorante em relação a computadores, ao tentar se conectar pela primeira vez à Internet, acaba sendo levado a um estranho site, que mostra apenas um homem, de aparência extremamente triste, sozinho num quarto. Esse site também tem a propriedade de se conectar automaticamente, mesmo com o micro desligado. Nakashima, assustado, procura ajuda de Harue, professora de informática. Enquanto isso a onda de suicídios em Tóquio aumenta. Finalmente eles descobrem o que está acontecendo: os mortos encontraram um modo de retornar à vida através da rede, e estão se propagando feito vírus de computador, infectando não as máquinas, mas as pessoas.
Apesar de classificado no gênero terror, o filme não provoca grandes sustos, com exceção de um momento. O tom aqui é mais melancólico, com vivos e mortos compartilhando da mesma tristeza e angústia. Kurosawa parece querer dizer que, apesar de vivermos num mundo totalmente conectado, a solidão continua assombrando os seres humanos.
O final, numa Tóquio abandonada e em chamas, é apocalíptico.
O Eduardo Aguilar, que me emprestou a fita (thanx, fella!) costuma comparar o cinema do Kiyoshi com o do Tarkovsky. Nada a opor, mas também notei, se não uma influência, uma semelhança de temas e estilo com Antonioni. A solidão, a dificuldade de comunicação entre as pessoas, a câmera fixa em alguns momentos, os planos sequências em outros, a integração entre a arquitetura e as pessoas me remeteram ao grande diretor italiano.
Em Kairo muitas perguntas ficam sem respostas e talvez por isso, pelo excesso de mensagens cifradas, o filme não seja totalmente satisfatório. Mas é uma boa porta de entrada para a obra do diretor.
P.S. 1: O que causa medo mesmo é saber que os americanos refilmaram Kairo! Pulse deve estrear nos EUA em 14/07. Perdoai-os, Senhor!
P.S. 2: Os próximos a serem comentados: Charisma e Doppelganger.
Apesar de classificado no gênero terror, o filme não provoca grandes sustos, com exceção de um momento. O tom aqui é mais melancólico, com vivos e mortos compartilhando da mesma tristeza e angústia. Kurosawa parece querer dizer que, apesar de vivermos num mundo totalmente conectado, a solidão continua assombrando os seres humanos.
O final, numa Tóquio abandonada e em chamas, é apocalíptico.
O Eduardo Aguilar, que me emprestou a fita (thanx, fella!) costuma comparar o cinema do Kiyoshi com o do Tarkovsky. Nada a opor, mas também notei, se não uma influência, uma semelhança de temas e estilo com Antonioni. A solidão, a dificuldade de comunicação entre as pessoas, a câmera fixa em alguns momentos, os planos sequências em outros, a integração entre a arquitetura e as pessoas me remeteram ao grande diretor italiano.
Em Kairo muitas perguntas ficam sem respostas e talvez por isso, pelo excesso de mensagens cifradas, o filme não seja totalmente satisfatório. Mas é uma boa porta de entrada para a obra do diretor.
P.S. 1: O que causa medo mesmo é saber que os americanos refilmaram Kairo! Pulse deve estrear nos EUA em 14/07. Perdoai-os, Senhor!
P.S. 2: Os próximos a serem comentados: Charisma e Doppelganger.
12 comentários:
Pronto! Já atiçou minha curiosidade, Sergio! Pelo visto é só em fita VHS, né? Beijos...
Graciele, esse e o Charisma estão em VHS. O Doppelganger em DVD-R. Se o Aguilar permitir...
Beijos!
Fala Sergio!!! Está autorizado a repassar para a Graciele.
E acabou q. não lhe emprestei "Seance"? Pô, eu já estava prá perguntar se há uma conecção entre esse filme de Kiyoshi e o do Forbes, q. não conheço, mas fiquei interessadísimo após o seu post.
Sobre a comparação q. gosto de fazer ente o Kiyoshi e Tarkovsky, tem a ver com a enorme religiosidade q. perpassa os filmes dos dois, mas vc. tem razão, o tom niilista aproxima Kiyoshi de Antonioni e claro, tem a incomunicabilidade, muito bem sacado. O outro Sergio, o Alpendre, fala em Godard, e acho q. tb. tem sua razão, especialmente em filmes como "Doppelgänger" e "Charisma", e acredite, a principal referência de Kurosawa é Tobe Hooper, q. é uma ótima ref., mas o difícil é perceber aonde isso reflete na obra desse gde cineasta.
Putz, sempre tive curiosidade pra ver os filmes desse cara....agora, fiquei mais curioso ainda....
Abraços!
é muito chato que muitos livros e filmes jamais cheguem no Brasil. beijos, pedrita
Valeu, Edú!
Quando formos fazer as destrocas pode levar esse Seance.
Tb nunca vi esse do Forbes, mas trata de uma médium que junto com o marido sequestra uma criança e ela tenta convencer a polícia e a imprensa que com seus poderes telepáticos pode localizar a criança. Tem alguma coisa a ver com o filme do Kiyoshi?
A religiosidade aproxima o Kiyoshi do Tarkovsky, sim. Mas fiquei surpreso em saber que a principal referência dele é o Hooper, realmente não percebi isso!
Abraço!
Ronald, vale a pena ir atrás dos filmes dele, são surpreendentes! Abç!
Pedrita, isso é muito chato mesmo. Muitos ótimos filmes de cineastas asiáticos, principalmente, nunca chegam por estas plagas.
Beijos!
Sérgio, muito interessante esta sua teoria sobre solidão em Kairo. Você vai reparar que em Doppelganger e Charisma, esse tema retornará com mais ou menos intensidade. Depois assista Cure e Seance que são os dois melhores filmes do cara. Vale a pena!
Fala Sergio!!!
Cacete, com pequenas variações, pode-se dizer q. o Kiyoshi refilmou o filme do Forbes. Estou embasbacado, vc. sabe dizer se o filme do Forbes JÁ foi lançado aqui? Curioso q. esse é meu filme predileto do Kiyoshi e divide atenção com "Cure", outro q. preciso lhe repassar.
Puxa vida, preciso conhecer o cinema desse cara... Um abraço.
Fala, Bakemon! Eu já vi Charisma e Doppelganger, só falta escrever a resenha hehe! É verdade, nesses filmes o tema da solidão tb está presente, mas em menor escala.
Depois do que vc disse aumentou minha curiosidade em conhecer Cure e Seance.
É mesmo Eduardo? Será que é uma refilmagem mesmo? Se já não estiver, creio que o filme do Forbes logo estará sendo vendido nas bancas, é daquela coleção Classic Collection, sabe? Vai ser interessante assisti-los um após o outro!
Como respeito muito o conhecimento cinematográfico seu e do Bakemon, não tenho dúvida, mesmo sem ainda ter visto, que Cure e Seance são os melhores dele!
Fala, Moacy! Precisa mesmo, viu, filmaços!
tb acho cure o melhor dele. seguido muito de perto pelo Pulse (Kairo)
Por enquanto Cure está ganhando hehe! Dos 3 que vi o melhor é Doppelganger.
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