Lars Von Trier é um golpista. Poderia haver golpe maior do que começar seu novo filme em preto e branco, em câmera lentíssima mostrando um casal transando enquanto seu filhinho sai do berço, sobe numa cadeira, abre a janela, escorrega e cai para a morte, tudo ao som de "Lascia ch'io pianga" de Handel? A partir desse prólogo já estamos fisgados.
Segue-se então o que não deixa de ser uma longa sessão de terapia, em quatro capítulos: Luto, Dor, Desespero e Os Três Mendigos, mais o epílogo.
Von Trier nos mostra o processo de luto, os exercícios para tentar superar a dor, o desespero crescente diante dessa impossibilidade até o que pode ser visto como uma possível superação.
O filme é rico em simbologias, desde a floresta fechada até os animais que a habitam, em especial um cervo, uma raposa e um corvo.
E se os dois primeiros capítulos nos transmitem uma espécie de torpor, os dois últimos surpreendem pela intensidade do desespero, da loucura e da violência, mesmo para quem tem olhos e ouvidos calejados.
Claro que o resultado não seria o mesmo se não fosse a entrega total de seus dois atores: a intensidade contida de Willem Dafoe e a explosão de sentimentos de Charlotte Gainsbourg, justamente premiada em Cannes.
Dos melhores filmes do ano.
Segue-se então o que não deixa de ser uma longa sessão de terapia, em quatro capítulos: Luto, Dor, Desespero e Os Três Mendigos, mais o epílogo.
Von Trier nos mostra o processo de luto, os exercícios para tentar superar a dor, o desespero crescente diante dessa impossibilidade até o que pode ser visto como uma possível superação.
O filme é rico em simbologias, desde a floresta fechada até os animais que a habitam, em especial um cervo, uma raposa e um corvo.
E se os dois primeiros capítulos nos transmitem uma espécie de torpor, os dois últimos surpreendem pela intensidade do desespero, da loucura e da violência, mesmo para quem tem olhos e ouvidos calejados.
Claro que o resultado não seria o mesmo se não fosse a entrega total de seus dois atores: a intensidade contida de Willem Dafoe e a explosão de sentimentos de Charlotte Gainsbourg, justamente premiada em Cannes.
Dos melhores filmes do ano.
15 comentários:
Concordo em gênero, número e grau com o seu comentário. Pretendo revê-lo nos próximos dias.
Um abraço.
Droga! Ainda não estreou por aqui... rs
Vou pra BH na quinta, espero que lá já esteja passando, estou louoco pra ver e não queria apelar pra ver este aqui.
Abraço!
Também pretendo rever em breve, Moacy. Grande filme!
Recomendo que assista no cinema, Ronald, de preferência numa boa sala. Fuja das projeções digitais.
Abraços!
Meu caro,
Estou louco para ver.
E Ronald, lamento decepcioná-lo, mas o filme, absurdamente ainda não estreou em BH.
Abs
Que pena... é torcer para que não demore muito a chegar por aqui em Vitória mesmo.
Pela primeira vez na vida estou louco para ver um filme do Von Triers.
Absurdo mesmo não ter estreado em BH, Adilson. Não tem nem previsão?
Tomara que chegue logo ai, Ronald, quero saber sua opinião.
Herax, creio que você irá gostar bastante desse.
Abraços!
Sei não Ségio.
Agora que não sou mais programador de cinema fico meio por fora de datas.
Mas se ainda fosse, teria brigado para entrar.
Esou louco para ver.
Abs
Adorei sua crítica. Confesso que estava um tanto relutante em ver esse filme, mas vc me fez mudar de ideia. Depois conto o que achei. Um beijo.
Sergio e Ronald,
O filme está na programação da Mostra Indie 2009, que começa em BH na próxima sexta.
Com isso, ele deve estrear na outra semana.
Abs
Veja sim, Graciele.
Ótima notícia, Adilson, principalmente para os mineiros rsss.
O que mais vai passar nessa mostra Indie?
Vixe, são mais de 100 filmes.
Olha o link abaixo
Site: www.indiefestival.com.br (a partir do dia 27/08)
http://twitter.com/indiefestival
E eu sei que eles fazem depois uma edição em São Paulo também.
abs
Legal, Adilson, vou dar uma olhada no link.
Obrigado, abraço!
Gosto muito de Ondas do Destino e na época de estreia adorei o Dançando no Escuro (embora esse eu tenha medo de rever), mas depois de Dogville peguei aversão a esse diretor. Mas devo acabar conferindo Dogville, o seu comentário está bem legal, Sergio!
Abraço!
Ondas do Destino é meu preferido. Detestei Dançando no Escuro e Dogville acho repulsivo, mas ele se redimiu com Manderlay. O Grande Chefe nem tive vontade de assistir. E pode ver Anticristo sem medo, Vlademir, vale a pena.
Abraço!
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