TENHAM MEDO, TENHAM MUITO MEDO!

Embalado pela grande sessão de cinema de sábado, quando revi "Viagem Maldita", do Alexandre Aja, ao lado dos amigos Marcelo Carrard e Leandro Caraça, decidi enfrentar o frio e a chuva do domingo e ir ao Centro Cultural Banco do Brasil conferir o último dia da mostra "Alta Tensão - Suspense e Terror no Cinema Contemporâneo".
Tá, o fato do ingresso custar R$4,00 ajudou na decisão. E ainda dei sorte pois a última sessão foi grátis. Há muito tempo que não via 2 filmes por R$4,00! Mas vamos deixar o fator econômico de lado e falar do que interessa: os filmes!

Det Okanda (aka The Unknown)

5 jovens biólogos são enviados para uma remota floresta afim de descobrir porque ela pegou fogo. Chegando lá eles descobrem o corpo queimado de um estranho animal. Ao levá-lo ao acampamento para ser estudado coisas bizarras começam a acontecer. Aos poucos cada um dos membros da equipe passa a apresentar mudanças de comportamento, instalando a desconfiança e o medo.
O estilo de filmagem é claramente calcado em A Bruxa de Blair, com muita câmera na mão correndo atrás dos personagens, mas o diretor Michael Hjorth cita também Alien, Vampiros de Almas e Evil Dead.

Wendigo


Uma família nova-iorquina (pai, mãe e filho) vai passar as férias de inverno numa cidade do interior. Logo no começo, George, o pai, atropela acidentalmente um veado. Chegam três caçadores e um deles, Otis, mais exaltado, passa a discutir com ele.

Acalmados os ânimos, os 3 dirigem-se para o rancho. Mas eles cruzarão diversas vezes com Otis pela cidade, que passa a ser uma figura ameaçadora para a família, em especial para o garoto, que começa a ter horríveis pesadelos.

Numa loja um índio presenteia Miles, o garoto, com um boneco de madeira de uma figura mítica, o Wendigo, metade homem metade veado e com muitos poderes.

Impressionado, Miles começa a imaginar que talvez o Wendigo se materialize para salvar sua família do perigo representado por Otis.

O filme trata justamente do imaginário infantil, da sensação do medo do escuro, do desconhecido na infância, da confusão que as crianças estabelecem entre sonho e realidade.

A maior surpresa para mim foi descobrir a excelente Patricia Clarkson no elenco. Só a presença dela ja serve para elevar o nível de qualquer produção.

Det Okanda e Wendigo não são grandes filmes. Talvez não sejam nem mesmo bons filmes, mas são uma alternativa para o cada vez mais pausterizado terror de Hollywood. Filmes baratos, que compensam a falta de recursos com criatividade e competência.

E não deixem de conferir o melhor filme de terror que vi nos últimos anos: