MEMÓRIAS DE UM HOMEM MORTO - A moça que aparece aí no cartaz chama-se Sylvie Testud, uma atriz praticamente interditada entre nós, pois apesar de ter no currículo quase 50 filmes e ser excelente me parece que apenas 1, Vou Para Casa, de Manoel de Oliveira, foi exibido comercialmente por aqui.
Portugal exerce um fascínio nos diretores europeus. Alain Tanner, Wim Wenders entre outros já filmaram por lá. Agora foi a vez do austríaco Markus Heltschl. O corpo de um homem é encontrado numa praia de Lisboa. O detetive Pinto, responsável pela investigação, encontra uma fita de vídeo gravada pelo morto, mostrando uma jovem. Ele a encontra e daí segue-se uma trama cheia de pistas falsas, que acabam mais confundindo do que esclarecendo o espectador. É um filme que gostaria de ver mais uma vez, quem sabe numa repescagem.
O AZARÃO - Nenhum sinal de DOGMA neste filme dinamarquês. Pelo contrário, parece ter saído da "Escola Kevin Smith de Cinema". O filme, em preto e branco, lembra bastante o primeiro do diretor americano, O Balconista, inclusive na divisão em sketches. O ator principal parece uma cópia nórdica de Ben Affleck e seu amigo gordinho só poderia mesmo remeter à figura de Smith. Algumas piadas engraçadinhas, mas o original é muito melhor.
ARROZ DEMAIS - Já este filme chinês, pelo estilo, me lembrou as primeiras obras de Jim Jarmusch, em especial Estranhos no Paraíso. Também em p&b, com basicamente apenas 3 atores, 2 homens e 1 mulher, câmera estática, longos planos onde nada acontece, a sensação de imobilidade, de tédio, de procura por algo, mas o quê? É um filme bem interessante, para quem tiver paciência de acompanhá-lo.
FROZEN - O mais estranho e o que mais gostei nesta terça-feira. É difícil classificá-lo, pode ser um drama psicológico que às vezes ameaça se inclinar para o suspense ou o sobrenatural. Quando aparece uma fita VHS temi que se tornasse uma versão inglesa de O Chamado, mas não é o que acontece. Kath é uma mulher atormentada pelo desaparecimento da irmã ocorrido há 2 anos. Como não houve um ritual funerário, um corpo pelo qual chorar, para que a vida pudesse continuar em frente, Kath imagina que a irmã ainda possa estar viva, aumentando sua angústia. Quando ela se dirige para o último lugar onde Annie foi vista com vida, passa a ter estranhas visões da irmã que podem ajudá-la a desvendar o mistério ou, por outro lado, colocar sua própria vida em perigo. As filmagens numa região gélida e desolada ajudam bastante a criar uma sensação de estranhamento. E a interpretação de Shirley Henderson não é menos que sensacional. Juliet McKoen é uma diretora a se acompanhar com atenção. Belo filme!
2 comentários:
Sergio, vc sabe se há chance de estréia desse FROZEN? Fiquei curiosa!
Graciele, seria ótimo se Frozen estreasse por aqui, mas sinceramente não acredito nisso. Não se trata de um filme com forte apelo comercial, daqueles que levam multidões para o cinema à procura de emoções baratas. Mas vamos torcer para que pelo menos seja lançado em DVD.
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