Ontem encerrei meu périplo pela Mostra (a Oficial pelo menos, ainda pretendo ver alguma coisa na repescagem). Feriado no meio da semana, cinemas lotados. Fui então para o MIS, onde estava programada a exibição de 5 curtas-metragens. Apenas o diretor de um deles, Marcelo Pinheiro (Fuloresta do Samba), não estava presente. André Ristum (De Glauber Para Jirges), Charly Braun (Do Mundo Não Se Leva Nada), um dos diretores de (Lunário), não lembro agora se Francisco Costabile ou Élcio Verçosa Filho, e o mestre do terrir, Ivan Cardoso (Heliorama), fizeram uma breve apresentação de seus filmes.
Ao final da projeção não pude deixar de pensar que a seleção cometeu uma injustiça com os jovens diretores. Não que seus filmes fossem ruins, mas é que o curta de Ivan é tão extraordinário que todos os outros empalideceram frente a ele.
Como o cineasta comentou na apresentação, seu amigo Hélio Oiticica disse-lhe uma vez: "Tudo o que disserem que não pode ser feito, pode!". E é o que ele prova, fazendo uma colagem de cinejornais, trailers, cenas que sobraram de outros curtas, etc., mostrando o artista em atividade, criando suas obras, fazendo piadas, se exibindo em seus parangolés. Entremeando tudo isso, trechos da última entrevista de Haroldo de Campos falando sobre o artista carioca. O filme é o resgate de uma época mais libertária, mais criativa, mais revolucionária em termos de idéias e atitudes. Em 14 minutos Ivan Cardoso realizou uma celebração da Vida, da Arte, da Liberdade, do Cinema, de Hélio Oiticica e claro, em se tratando de Ivan, Dele mesmo (vide a cena final). Obra-prima absoluta!!!
6 comentários:
Puxa! Vc encerrou com chave de ouro, não?
Nossa, eu queria tanto ter visto esse curta do Ivan, mas não consegui! Sem dúvida um curta histórico do nosso cinema! O curta que mais me encantou foi a adaptação de O CADERNO ROSA DE LORI LAMBY, dirigido pelo Sung Sfai, com a primorosa e magnânima Iara Jamra como atriz principal, que já havia feito o mesmo papel no teatro, em 1998. Vi pouca coisa da Mostra, por falta de tempo mesmo. Abraço!
Sim, Graciele, foi chave de ouro mesmo!!!!
Fernando, o curta do Ivan é histórico mesmo! E parece que o do Sung, que ainda não vi, também, não? Que bom o cinema brasileiro ter curtas dessa qualidade! Abraço!
Caro amigo, com todo o respeito ao Senhor e ao fundamental Ivan Cardoso, você destruiu os outros curtas desta sessão, por favor, elabore melhor suas críticas, evite comparações tão explícitas, gostei muito do Filme do Ivan, apesar do áudio do Mis ter prejudicado muito o filme, mas sai muito satisfeito desta sessão, cada filme com uma identidade própria e todos me fizeram passar um dia de Finados muito agradável, não queria escrever nada, mas como vi no seu blog um extremo bom gosto, peço para você manter continuidade no seu trabalho com este bom gosto, que infelizmente não encontrei neste texto, bom nada é tão perfeito nesta vida...
Um forte abraço,
L.C
Prezado L. C., em primeiro lugar obrigado pelo comentário! Em nenhum momento eu quis "destruir" os outros curtas, mas sim exaltar o do Ivan, que é um dos melhores filmes do ano, independente de metragem, na minha modestíssima opinião, claro. Meu entusiasmo fez com que esquecesse de comentar os outros filmes da sessão, da qual também sai muito satisfeito. André Ristum, p.ex., fez uma belíssima homenagem ao pai Jirges e seu amigo Glauber Rocha; a comédia de Charly Braun é das mais criativas; Marcelo Pinheiro nos traz o melhor da música tradicional pernambucana; e Verçosa F. e Costabile realizaram um denso mergulho na mente de um homem perturbado psicologicamente. Naquele feriado de Finados estava meio desanimado, mas sai do MIS com a fé renovada na Vida e no Cinema! Abraço!!!
testando
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