01/11/2005

DOIS FILHOS DE SJÖSTRÖM

Ontem entrei em contato com a obra de Victor Sjöström. Assisti em seguida Os Filhos de Ingmar e Karin, Filha de Ingmar, adaptação de três capitulos do livro Jerusalém, da ganhadora do Prêmio Nobel Selma Lagerlöf.
No primeiro Ingmar, um rústico fazendeiro, sobe ao Paraíso para encontrar o pai e seus antepassados a fim de pedir um conselho. Segue-se então um longo flash-back: Ingmar pede a mão de Brita ao pai dela, mas ela não o ama e o rejeita. Mesmo assim seus pais, por motivos econômicos, a obrigam a casar-se. Esse casamento arranjado trará grande infelicidade aos dois protagonistas, levando-a, num momento de loucura, a matar o filho recém-nascido. Durante o julgamento, o depoimento de Ingmar pode significar uma esperança para os dois.
No segundo Ingmar, agora viúvo, vive com os dois filhos. Karin gosta de Berger, mas pesa sobre ele o alcoolismo do pai. Um mal-entendido fará com que ela acabe optando por se casar com outro homem. Mais uma vez uma decisão errada levará a família Ingmarsson a passar por novos dissabores e tragédias, antes da redenção final.
O que mais chama a atenção nos filmes é o modo como Sjöström mostra a natureza. Ela é bela, mas também selvagem. Os fazendeiros vivem em comunhão com ela, dela tiram seu sustento, mas em certos momentos essa natureza será um obstáculo a mais que os personagens terão que superar para encontrar a felicidade. Um momento antológico no segundo filme é quando Ingmar tenta salvar três crianças que estão sendo levadas num barco de madeira pela correnteza. Ele consegue desviar o barco para a margem do rio, mas é atingido mortalmente por um tronco. Nesse momento é que vemos o relógio sem ponteiros que iria influenciar outro Ingmar, o Bergman, em sua homenagem ao mestre na obra-prima Morangos Silvestres.

4 comentários:

Anônimo disse...

Como a vida tá de cabeça pra baixo, só consegui assistir a um filme do Sjöström, 'O Jardineiro Cruel', uma maravilha! Ando sem tempo pra atualizar meu blogue, ontem vi o documentário sobre o 'Garganta Profunda', gostei mas esperava um pouco mais. Espero que tenha aproveitado as férias, abraço!

Anônimo disse...

Sjöström é um mestre do cinema mesmo! Quer dizer que esse documentário sobre Garganta Profunda não é tudo aquilo que diziam? Que pena! Aproveitei bem as férias sim, obrigado! Abraço!!

Anônimo disse...

Sérgio, hj, no telecinecult Pierrot le Fou... Viu Jardim de Guerra? filmaço, hein...

Anônimo disse...

Marcos, há quanto tempo! Pierrot le fou é um dos maiores de Godard. Não consegui ver Jardim de Guerra. Agora que vc falou estou arrependido por ter perdido.

Pesquisa do Blog