7 Caixas (7 Cajas). Paraguai/2012. Dir.: Juan Carlos Maneglia, Tana Schembori. Com: Celso Franco, Victor Sosa, Lali Gonzalez, Nico García, Paletita, Manu Portillo, Mario Toñanez, Nelly Davalos, Roberto Cardozo, Johnny Kim. Responda rápido: qual foi a última vez que você assistiu um filme paraguaio? Teria que pesquisar, mas é bem possível que este seja o primeiro filme desse país a estrear comercialmente em São Paulo. Parece que, finalmente, nossos distribuidores/exibidores estão voltando atenção para o que se produz na América Latina além da Argentina. É o quinto filme latino-americano (sexto, considerando que Pelo Malo, da Venezuela, já estreou no Rio) lançado este ano. Que continuem assim, uma vez que Gloria e este são de excelente qualidade. Aqui, um rapaz que ganha a vida empurrando um carrinho de mão no mercado municipal de Assunção se vê envolvido numa trama mirabolante ao ser contratado para carregar as 7 caixas do título. Muitas surpresas no caminho, com ação incessante, reviravoltas, humor negro e, como não poderia faltar, crítica social. Os diretores, ao contrário do que se poderia imaginar, são veteranos demonstrando seu amor pelo cinema há bastante tempo na TV e em curtas, sendo agora recompensados nesta sua estreia no longa com a maior bilheteria do país. Os atores, quase todos jovens, são excelentes. Surpreendente! Entrevistas e bastidores.
Cães Errantes (Jioa you). França-Taiwan/2013. Dir.: Tsai Ming-Liang. Com: Lee Kang-Sheng, Chen Shiang-Chyi, Lee Yi-Cheng, Lee Yi-Chieg, Lu Yi-Ching. Novo trabalho do diretor malaio de filmes densos e difíceis como Vive L'Amour, O Rio, O Buraco, O Sabor da Melancia, sempre com seu ator fetiche Kang-Sheng. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza de 2013. Clip.
Atualização: Como já era esperado, levando em conta o currículo do diretor Ming-Liang, Cães Errantes não é um filme de fácil assimilação. Ao todo, são 82 planos fixos para 138 minutos de duração. Alguns duram poucos segundos, mas outros chegam a quase 13 minutos. O primeiro deles chega a lembrar um J-Horror, com uma mulher penteando seus longos cabelos pretos que cobrem todo seu rosto, sentada ao lado de duas crianças que dormem. Ao final essa comparação não parecerá tão desbaratada (ou sim, já que é quase impossível fazer qualquer afirmação categoricamente). O fato é que a mãe ausente é um dado concreto. Acompanhamos um pai que trabalha segurando cartazes comerciais na rua, nas piores situações, para dar um mínimo de sustento aos dois filhos pequenos, que passam a maior parte do tempo dentro de um supermercado, em especial a menina. Com pouquíssimos diálogos, o diretor não facilita nada para o espectador, principalmente nos planos mais longos. Um deles chega a ser exasperante: o pai devorando com raiva um grande repolho. Uma cena que, no entanto, dentro do contexto, lembra este quadro. Como em vários de seus filmes, a água é um elemento constante, inclusive a que sai de dentro de nós: duas cenas mostram um homem e uma mulher urinando. O mais incrível é o poder hipnótico que essas imagens provocam. Na sessão quase lotada do Cinesesc as pessoas mal respiravam e todo mundo ficou até o final.
Atualização: Como já era esperado, levando em conta o currículo do diretor Ming-Liang, Cães Errantes não é um filme de fácil assimilação. Ao todo, são 82 planos fixos para 138 minutos de duração. Alguns duram poucos segundos, mas outros chegam a quase 13 minutos. O primeiro deles chega a lembrar um J-Horror, com uma mulher penteando seus longos cabelos pretos que cobrem todo seu rosto, sentada ao lado de duas crianças que dormem. Ao final essa comparação não parecerá tão desbaratada (ou sim, já que é quase impossível fazer qualquer afirmação categoricamente). O fato é que a mãe ausente é um dado concreto. Acompanhamos um pai que trabalha segurando cartazes comerciais na rua, nas piores situações, para dar um mínimo de sustento aos dois filhos pequenos, que passam a maior parte do tempo dentro de um supermercado, em especial a menina. Com pouquíssimos diálogos, o diretor não facilita nada para o espectador, principalmente nos planos mais longos. Um deles chega a ser exasperante: o pai devorando com raiva um grande repolho. Uma cena que, no entanto, dentro do contexto, lembra este quadro. Como em vários de seus filmes, a água é um elemento constante, inclusive a que sai de dentro de nós: duas cenas mostram um homem e uma mulher urinando. O mais incrível é o poder hipnótico que essas imagens provocam. Na sessão quase lotada do Cinesesc as pessoas mal respiravam e todo mundo ficou até o final.
Os Dias com Ele. Brasil/2012. Dir.: Maria Clara Escobar. Neste premiado documentário, a diretora retrata o pai Carlos Enrique Escobar, que foi perseguido pela ditadura militar e se exilou em Portugal deixando a família para trás. O filme seria, portanto, a tentativa de aproximação dessa filha com o pai ausente. Facebook.
Inatividade Paranormal 2 (A Haunted House 2). EUA/2014. Dir.: Michael Tiddes. Com: Marlon Wayans, Jaime Pressly, Essence Atkins, Gabriel Iglesias, Cedric the Entertainer, Missi Pyle, Ashley Rickards, Affion Crockett, Rick Overton, Hayes MacArthur, Dave Sheridan, Tom Virtue. Continuação da paródia de filmes de terror. Sem mais. A bela Jaime fala.
Jackie (Idem). Holanda/2012. Dir.: Antoinette Beumer. Com: Carice van Houten, Jelka van Houten, Holly Hunter, Hayo Bruins, Howe Gelb, Paul Hoes, Jeroen Spitzenberger, Jaap Spijker. Neste road-movie, duas irmãs gêmeas holandesas, filhas de um casal gay, viajam aos Estados Unidos para ajudar a mulher que serviu de barriga de aluguel, que está internada numa clínica, a voltar para casa em seu trailer. No caminho se conhecerão mutuamente e se autoconhecerão. É um tema já tratado diversas pelo cinema que sempre se mostra envolvente quando tratado com sensibilidade, como é o caso aqui. A integração entre as três atrizes, as irmãs de verdade mas não gêmeas Carice (A Espiã, Borboletas Negras) e Jelka (que canta com sua voz no filme) e a sumida Holly ajudam bastante no resultado final. Belo filme! Tópico.
Pau Brasil. Brasil/2009. Dir.: Fernando Belens. Com: Bertrand Duarte, Oswaldo Mil, Fernanda Paquelet, Arany Santana, Fernanda Belling, Milena Flick, Edlo Mendes, Rita Brandi. Um verdadeiro antídoto contra as comédias globais. Mostra, de forma crua, o preconceito, a hiprocisia, a miséria, a falta de perspectivas que grosa nos grotões do Brasil. Numa pequena cidade perdida no sertão, o confronto entre duas famílias cujas casas ficam uma de frente pra outra. Numa delas mora a bela morena Juraci, que apesar de viver bem com o marido Nives e o filho, se entrega prazerozamente aos caminhoneiros que por ali passam. Na outra mora Joaquim, camelô ambulante que fica praguejando o tempo todo contra Juraci e família. Ao contrário do seu discurso moralizante, Joaquim abusa sexualmente das duas filhas adolescentes e não dá atenção à mulher e ao filho bebê. Estreia do diretor Belens no longa-metragem, adaptando o livro de Dinorah do Valle. Apesar das óbvias limitações de recursos, Belens realizou um filme belísssimo visualmente e com uma trilha sonora hipnótica. Grandes interpretações de Duarte, Mil, Paquelet e todos os outros pouco conhecidos atores e atrizes. Pena que pouca gente o conhecerá: está sendo exibido em apenas um cinema e na sessão que assisti tinha apenas eu e mais uma pessoa. Facebook e Crítica.
Profissão de Risco (The Bag Man). Bahamas-EUA/2014. Dir.: David Grovic. Com: John Cusack, Rebecca da Costa, Robert De Niro, Crispin Glover, Dominic Purcell, Sticky Fingaz, Martin Klebba, David Shumbris. Filme que tem como maior interesse para nós o fato de ser estrelado por mais uma atriz brasileira não muito conhecida por aqui (como Morena Baccarin) que faz sucesso nos States. Primeiro filme do diretor Grovic. A atriz fala.
Yves Saint Laurent (Idem). França/2014. Dir.: Jalil Lespert. Com: Pierre Niney, Guillaume Galienne, Charlotte Le Bon, Laura Smet, Marie de Villepin, Nikolai Kinski, Ruben Alves, Astrid Whettnall, Mariann Basler, Anne Alvaro. Cinebiografia do grande estilista. Apesar de não se furtar a exibir a instabilidade emocional do personagem, seus vários casos homossexuais, seu vício em bebidas e drogas, não deixa de ser uma visão oficial pois foi autorizado pelo seu companheiro Pierre Bergé. A história, por sinal, é contada do ponto de vista de Bergé. Muito luxo e glamour, para quem se interessa por isso. De qualquer modo, a caracterização de Niney é impressionante. O ator fala.
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