11/06/2006

CONTRASTES HUMANOS

Para o Marcos Aurélio Felipe


Quem assinava o Telecine Classic em meados de 1999 teve a felicidade de assistir 7 obras-primas de Preston Sturges, entre as quais um dos melhores filmes de todos os tempos, Contrastes Humanos (Sullivan's Travels).
Sturges, que começou como roteirista na Paramount, passou à direção em 1940, com O Homem que se Vendeu (The Great McGinty), recebendo o Oscar de Melhor Roteiro Original.
Em 1941 surgia Contrastes Humanos.
O diretor de cinema John L. Sullivan (Joel McCrea), cansado de fazer filmes de entretenimento, decide realizar uma fita de crítica social, chamada 'O Brother, Where Art Thou?' (sim, foi daqui que os irmãos Coen tiraram o título do seu filme) mostrando a vida como ela é. Em busca de autenticidade, ele veste-se de mendigo, e com apenas um níquel no bolso parte para conhecer de perto a miséria das ruas (estamos na Los Angeles dos anos 40, na época da grande depressão econômica).

Ele fica conhecendo uma jovem aspirante a atriz (Veronica Lake), que o acompanhara em suas viagens.
O filme é episódico, mostrando as diversas peripécias pelas quais passam nossos dois heróis.
Num certo momento, Sullivan é acusado de um crime que não cometeu e mandado para a prisão, onde sofre um bocado.
Uma noite os presos são levados até a igreja, onde será exibido um filme. É então que ele tem uma revelação, ao ver seus sofridos colegas de prisão se divertirem pra valer com o filme, um desenho de Walt Disney. Percebe que as pessoas necessitam, na verdade, de diversão.
Resolvido o mal entendido da prisão, ele volta para casa decidido a filmar uma comédia.
Além da dupla principal, Sturges escalou quase todos os atores de sua "stock company", como William Demarest, Franklin Pangborn, Robert Warwick, Porter Hall, Eric Blore, Jimmy Conlin, etc.
Como seria bom se o Telecine, agora Cult, voltasse a exibir essa e outras pérolas desse genial diretor, Preston Sturges.

12 comentários:

Anônimo disse...

Muito instigante!!! Nunca vi 01 filme de Sturges, seria uma boa começar por esse. Da lista abaixo, temos mais divergências do q. de costume. Do Wilder, o meu preferido é "O Pecado Mora ao Lado", admito, nunca embarquei com "Qto + Quente Melhor", já o "Cúpido ñ. tem bandeira" não conheço, mas certamente existem outros Wilders q. fazem minha cabeça, adoro a vs. dele de "A 1.ª Página" e claro, sou fanzaço do clássico "Se Meu Apto Falasse". De Mel Brooks, idolatro "O Jovem Frankstein", acho q. foi o único filme q. 'quase' me fez mijar nas calças. No mais, não conheço o filme do Manga, curto bastante o do Salce, fiquei surpreso em ver "Pequenos Assassinatos", pq. se de fato, é uma comédia, é de extremo humor negro e em clima existencial, por isso nunca o vi como um filme do gênero, e fiquei muito curioso em conhecer "Mercenários de um Reino em Chamas", além dos atores q. adoro, o fato de vc. incluí-lo me entusiasmou. E "Mash", Harold Loyd, Chaplin e os "Blue Brothers"?

Ah, claro, o filme do Scola é brilhante!!!

Anônimo disse...

acho que acabei não vendo nenhum desse diretor. vou anotar e tentar ver se repassar. beijos, pedrita

Anônimo disse...

Fala, Edú! Infelizmente eu acabei não gravando os filmes naquela época. Espero que o Telecine os reprise, para eu poder gravar. Acho que vc é a 1a. pessoa que eu conheço que não gosta do Some Like...Que coisa! hehe! O Wilder tem várias outras comédias geniais como "A Mundana", "Irma, La Douce", "Beija-me idiota", mas "Se meu apto. falasse" eu considero mais drama que comédia, é o filme mais sensível dele.
Tb curto O Jovem Frankenstein, mas Banzé no oeste é superior :)
Pequenos assassinatos é sim uma comédia de humor negríssimo!
Pra finalizar, listas sempre tem esse problema: não dá pra agradar a todos, já que cada um tem suas preferências; e também sou obrigado a deixar filmes que adoro de fora, como MASH e Cerimônia de Casamento, do Altman, ou O Homem Mosca do Lloyd. Mas como já respondi antes para outras pessoas, talvez eles entrem numa possível repescagem :)Abç!

Oi, Pedrita! Vamos ficar na torcida para que reprisem mesmo! Bjs!

Anônimo disse...

Preston Sturges me faz pensar que o cotidiano do cinema de estúdio possuia mais liberdade do que a era dos ditos cineastas independentes. Seu cinema é altamente simbólico em sua exatidão para com os enquadramentos de objetos (quase vivos) em cena.

Anônimo disse...

Aliás, belíssimo poster da Veronika Lake

Anônimo disse...

Walner, se pensarmos em outros cineastas-roteiristas, como Huston, Mankiewicz, Fuller, Brooks, Wilder, etc. podemos concluir que o cinema de estúdio possuia sim mais liberdade que os independentes.
E esse cartaz é belíssimo mesmo, com aquele famoso penteado da Veronica.

urina disse...

Grande Sergio, obrigado pela motivação aos poucos cada vez mais filmes e mais liberdade destrutiva!!! Urina = Scorsese = O Aviador (O mais próximo que posso atingir na matéria existencial de Howard Hughes e o mais próximo da capacidade alucinante e marginal de Scorsese, em suas urinas), que confusão! Abraços!!!

Anônimo disse...

É isso ai, Urina! Agora entendi a relação Urina-Scorsese hehe!
Valeu pelo comment! :)

CrissMyAss disse...

Sérgio, tem duas comédias ótimas com o Cary Grant, vê se lembra. Uma: ex-solteirão inveterado às vésperas de se casar, mora com umas tias velhas que matam uns velhotes que as visitam com chá envenenado e enterram no porão.
A outra: divorciadão inveterado, dono de jornal, convence a ex-mulher repórter a adiar seu segundo casamento para entrevistar um cara no corredor da morte, apelando para os brios profissionais e humanitários da moça. No fundo para impedí-la de se casar com milionário caipira.

PS: VAMOS FAZER LISTA DE FILME DE GÂNGSTER?

Anônimo disse...

Criss, o primeiro é "Este Mundo é um Hospício" (Arsenic and old lace)de Frank Capra; o segundo "Jejum de amor" (His girl friday) de Howard Hawks. 2 das mais geniais comédias de todos os tempos. Ótimas lembranças!
Filmes de gângster? Grande pedida! Sugestão anotada. Bjs!

Anônimo disse...

Valeu Sérgio... Obrigado por dedicar o post a mim, ehhee. Mas fiquei curioso em relação ao Contrastes Humanos: o cinema de estúdio procurando na realidade subsídios para seu filme. Legal. ABs.

Anônimo disse...

Fala, Marcos! A abordagem é muito original, especialmente levando-se em conta a época em que foi feito o filme. Abç!

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