VIVER A VIDA (VIVRE SA VIE) - JEAN-LUC GODARD
Dividido em 12 capítulos, mostra Nana (Anna Karina), uma vendedora de loja de discos que, em dificuldade financeira, decide se prostituir pelas ruas de Paris. Tudo aqui remete ao cinema, do corte de cabelo de Nana, parecido com o de Louise "A Caixa de Pandora" Brooks, à sequência em que ela assiste no cinema "O Martírio de Joana D'Arc", de Carl Theodor Dreyer. Godard também aproveita o tema da prostituição para fazer sua crítica ao capitalismo. Sem dúvida, uma de suas obras-primas.
ANJOS CAÍDOS (FALLEN ANGELS) - WONG KAR-WAI
Havia gostado bastante de Amores Expressos, mas os últimos filmes do Kar-Wai me decepcionaram. Anjos Caídos mostra o diretor numa fase bem mais criativa, equilibrando com eficácia humor, romance, sensualidade e violência em duas estórias paralelas: a de uma dupla de assassinos profissionais que decidem se separar antes que os sentimentos atrapalhem os negócios, e a de um rapaz mudo cuja maior diversão é invadir lojas alheias. DIÁRIO DE UM PADRE (JOURNAL D'UN CURÉ DE CAMPAGNE) - ROBERT BRESSON
Um jovem padre é nomeado pároco de uma pequena aldeia, Ambricourt. Ao longo de 115 min. acompanharemos suas dificuldades em lidar com a indiferença dos habitantes, seus problemas de saúde, o alcoolismo e suas dúvidas em relação a fé. O filme em que Bresson começou a definir seu estilo, trabalhando com atores não-profissionais e criando planos de um rigor absoluto. Muitas vezes o padre é mostrado atrás de grades ou janelas, como se fosse um prisioneiro. Um "prisioneiro da agonia sagrada". Um filme difícil de acompanhar, devido ao tom dos mais austeros, mas ao chegar o plano final a sensação é de ter tido a Revelação Divina.
A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (HÄXAN) - BENJAMIN CHRISTENSEN
Clássico do cinema mudo que impressiona até hoje. Mostra as perseguições contra as mulheres denunciadas como feiticeiras, desde a Idade Média, com a Inquisição, até o ano de produção do filme (1922). A Edição Especial, da Magnus Opus, vem em 2 discos: o Disco 1 traz a versão original em sueco, "narrada" em primeira pessoa pelo diretor Christensen (que também interpreta Satã), começando com um documentário, com reproduções de quadros e maquetes, sobre a história da bruxaria; em seguida as cenas com atores reproduzindo casos de possessão demoniaca, rituais de Sabá e torturas praticadas pela Igreja, com influências pictóricas de Bosch e Bruegel. O tom do diretor por vezes é bastante irônico, principalmente quando ele nos mostra os instrumentos utilizados nas torturas. Uma sequência em particular, a da histeria coletiva num convento de freiras, antecipa o clássico polonês Madre Joana dos Anjos e Os Demônios, de Ken Russell. Trllha sonora baseada na partitura original do lançamento dinamarquês em 1922, executada pela Czech Film Orchestra em 2001.
O Disco 2 é uma versão americana de 1968, com narração do poeta beat William S. Burroughs e uma trilha sonora jazzistica de Jean-Luc Ponty. Extras: introdução do diretor feita em 1941; cenas excluídas e testes de filmagens (incluindo um bem divertido onde Christensen "interpreta" uma bruxa voando em sua vassoura); e comentários em áudio do ensaísta Luiz Nazário. Obra-prima!
Dividido em 12 capítulos, mostra Nana (Anna Karina), uma vendedora de loja de discos que, em dificuldade financeira, decide se prostituir pelas ruas de Paris. Tudo aqui remete ao cinema, do corte de cabelo de Nana, parecido com o de Louise "A Caixa de Pandora" Brooks, à sequência em que ela assiste no cinema "O Martírio de Joana D'Arc", de Carl Theodor Dreyer. Godard também aproveita o tema da prostituição para fazer sua crítica ao capitalismo. Sem dúvida, uma de suas obras-primas.
ANJOS CAÍDOS (FALLEN ANGELS) - WONG KAR-WAI
Havia gostado bastante de Amores Expressos, mas os últimos filmes do Kar-Wai me decepcionaram. Anjos Caídos mostra o diretor numa fase bem mais criativa, equilibrando com eficácia humor, romance, sensualidade e violência em duas estórias paralelas: a de uma dupla de assassinos profissionais que decidem se separar antes que os sentimentos atrapalhem os negócios, e a de um rapaz mudo cuja maior diversão é invadir lojas alheias. DIÁRIO DE UM PADRE (JOURNAL D'UN CURÉ DE CAMPAGNE) - ROBERT BRESSON
Um jovem padre é nomeado pároco de uma pequena aldeia, Ambricourt. Ao longo de 115 min. acompanharemos suas dificuldades em lidar com a indiferença dos habitantes, seus problemas de saúde, o alcoolismo e suas dúvidas em relação a fé. O filme em que Bresson começou a definir seu estilo, trabalhando com atores não-profissionais e criando planos de um rigor absoluto. Muitas vezes o padre é mostrado atrás de grades ou janelas, como se fosse um prisioneiro. Um "prisioneiro da agonia sagrada". Um filme difícil de acompanhar, devido ao tom dos mais austeros, mas ao chegar o plano final a sensação é de ter tido a Revelação Divina.
A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (HÄXAN) - BENJAMIN CHRISTENSEN
Clássico do cinema mudo que impressiona até hoje. Mostra as perseguições contra as mulheres denunciadas como feiticeiras, desde a Idade Média, com a Inquisição, até o ano de produção do filme (1922). A Edição Especial, da Magnus Opus, vem em 2 discos: o Disco 1 traz a versão original em sueco, "narrada" em primeira pessoa pelo diretor Christensen (que também interpreta Satã), começando com um documentário, com reproduções de quadros e maquetes, sobre a história da bruxaria; em seguida as cenas com atores reproduzindo casos de possessão demoniaca, rituais de Sabá e torturas praticadas pela Igreja, com influências pictóricas de Bosch e Bruegel. O tom do diretor por vezes é bastante irônico, principalmente quando ele nos mostra os instrumentos utilizados nas torturas. Uma sequência em particular, a da histeria coletiva num convento de freiras, antecipa o clássico polonês Madre Joana dos Anjos e Os Demônios, de Ken Russell. Trllha sonora baseada na partitura original do lançamento dinamarquês em 1922, executada pela Czech Film Orchestra em 2001.
O Disco 2 é uma versão americana de 1968, com narração do poeta beat William S. Burroughs e uma trilha sonora jazzistica de Jean-Luc Ponty. Extras: introdução do diretor feita em 1941; cenas excluídas e testes de filmagens (incluindo um bem divertido onde Christensen "interpreta" uma bruxa voando em sua vassoura); e comentários em áudio do ensaísta Luiz Nazário. Obra-prima!
IL TESTIMONE DELLO SPOSO - PUPI AVATI
O diretor Avati é um dos mais ecléticos da Itália. Pesquisando sua filmografia encontra-se de tudo: comédias, dramas, suspense, terror, biografias. Aqui temos um drama na linha intimista, passado no último dia de 1899. Os pais de Francesca a obrigam a se casar contra sua vontade, com um homem que ela não ama. No altar, ela se apaixona pelo padrinho do noivo. Seguem-se diálogos e situações das mais saborosas. Um filme de uma sensibilidade e uma sutileza que só um grande diretor é capaz (o roteiro também é dele). Belíssimo!
9 comentários:
Fala Sergio!! Vc. viu q. vai rolar uma mostra de cine italiano no cinemark do shop iguatemi? O Avati está presente com "Um Coração Para Sonhar". Bom, aproveito esse seu post, p/ propor q. precisamos nos encontrar, pois eu quero ver esse "Il Testimone...", e tb. preciso lhe devolver o "Tocaia...".
E claro, muito obrigado pelo voto.
E ai, Eduardo? Não estava sabendo dessa mostra, quando começa? Precisamos nos encontrar, sim, e fazemos as trocas. Vc pode me emprestar os 2 do Fulci com a Florinda? Abç!
Há baba no meu teclado, Sergio.
Que seleção maravilhosa de filmes em DVD foi essa que vc viu? Impecável.
Beijos!
Então, recebi por correio a programação dessa "prima settimana del cinema contemporâneo italiano", no folder indicam o site www.italcam.com.br p/ maiores infos (ainda não acessei), confesso, nenhum deles (excluso o Avati) me entusiasmou muito, mas há um filme de Daniele Luchetti q. é chapa do Nanni Moretti, um outro do ótimo ator Michele Placido, e um outro sobre a questão da palestina enclausurada num prédio, e q. parece válido.
Sobre sua solicitação dos 'Fulcis', sem problemas!! Vamos marcar essa parada p/ semana q. vem, se bem q. a noite, devo estar ocupado, e vc. já deve retornado ao trabalho, aí sobram 02 opções: ou marcamos um almoço próximo do seu trampo ou deixamos p/ fim de semana q. vem, o q. acha?
Se você me disser onde posso ver esse filme do Christensen te dou um prêmio! Sou louco louco pra ver!!!!!
Graciele, acho que eu tive sorte em encontrar esses filmes disponíveis no dia. Beijão!
Eduardo, vou dar uma conferida no site. Quanto ao encontro, veja como é melhor para você, na hora do almoço ou final de semana. O que você decidir pra mim está ótimo. Abraço!
Fernando, tem prêmio na jogada? Ôpa, tô nessa..hehehe O filme é difícil de achar mesmo. Aluguei numa locadora pequena, mas com um acervo ótimo de clássicos, numa rua perto do Metrô Sta. Cruz. Se quiser depois passo o endereço. Na 2001 com certeza deve ter. E vi a venda numa loja de DVDs perto do Largo do Paissandu. Abraço!
Legal a tua seleção de filmes, Sergio. Eu tenho esse do Avati gravado da TNT.. Heheh.. mas não cheguei a ver ainda.
O HAXAN eu sei que tem na locadora onde eu alugo, mas até agora nada de chegar por lá o Godard e o Bresson, que eu quero tanto ver.
Por acaso essa loja é que fica numa rua que termina no Largo do Paissandu? já comprei algumas coisas lá, inclusive BLACK SUNDAY, do Bava, por 10 reais! se não for, pode me dar o endereço? abraço.
Fala, Ailton! Eu tb gravei da TNT hehe...O mais surpreendente é esse filme ter passado lá, não? O Haxan é genial. E estou torcendo para que a locadora compre logo os do Godard e Bresson, quero ler sua opinião.
Fernando, é essa mesmo! Tb comprei Black Sunday e outros de terror lá por 10 reais. Tá de graça..hehe E caso eles não tenham vc pode encomendar.
Abraços!!!
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