15/11/2011

SNUFF, VÍTIMAS DO PRAZER


Inspirados pela lenda urbana dos "snuff movies", Carlos Reichenbach e Claudio Cunha escreveram o roteiro de "Snuff - Vítimas do Prazer", dirigido pelo segundo em 1977.
Lembro que por essa época foi lançado nos cinemas daqui um filme americano sobre revolta num presídio feminino, cuja publicidade informava que havia uma cena mostrando uma das figurantes sendo morta acidentalmente durante as filmagens, mas isso não era verdade.
No filme brasileiro, dois gringos Bob Channing (Fernando Reski) e Michael Tracy (Hugo Bidet) se encontram no país dispostos a produzir um filme do gênero, e para isso contratam um cinegrafista falido, Edson (Carlos Vereza) e seu auxiliar Juarez (Canarinho) sob o pretexto de fazer um pornô. Entre as atrizes escolhidas estão uma striper (Rossana Ghessa), uma perdedora de concurso de miss (Patrícia Celere) e uma atriz desempregada (Nadyr Fernandes). O ator principal, Sérgio Bandeira (Roberto Miranda) é encontrado num hospício, onde dizia estar fazendo laboratório (o cara é louco de pedra mesmo).
A intenção primeira parece satirizar as condições precárias para a realização de um filme no Brasil - alguns diálogos apontam nesse sentido - e também mostrar o desencanto de profissionais da área cinematográfica, dispostos a fazer qualquer trabalho para continuarem em evidência (o fotógrafo Edson se classifica o tempo todo como um merda).
É muito interessante o recurso da alternância entre colorido (a parte "real") e preto e branco (as cenas do filme sendo feito).
O diretor cria uma tensão crescente na medida em que apenas os produtores e os espectadores sabem que uma das atrizes será morta de verdade na filmagem. Só não sabemos quando chegará o momento, causando uma angustiante expectativa.
Um dos grandes trunfos de "Snuff" é o elenco, no qual todos estão excelentes, com destaque para Vereza, Canarinho e principalmente Bidet, que logo depois se suicidaria.
Sergio Hingst aparece no começo como um advogado e Xuxa Lopes tem uma pontinha na cena do bordel.
Mais um grande filme nacional recuperado pelo Canal Brasil.

6 comentários:

Andrea Ormond disse...

Sergio, e como sempre o Roberto Miranda dá um banho. O filme me decepciona um pouco, mas vale também pelo Hugo Bidet.

Sergio Andrade disse...

Verdade, Andrea, o Roberto está excelente, a cena final dele com os negativos do filme é genial!
Li sua crítica, até entendo sua decepção, embora não concorde. Acho que o filme tem momentos bem fortes. E sim, o Hugo Bidet arrasa!

Bjs

ANTONIO NAHUD disse...

E viva Reinchenbach, um dos nossos grandes diretores.

O Falcão Maltês

Sergio Andrade disse...

VIVA!

E o Cláudio Cunha também!

Carla Marinho disse...

oi sergio, link indicado nos melhores da semana. http://blogsdecinemaclassico.blogspot.com/2011/11/links-da-semana-de-14-2011.html

abraço

Sergio Andrade disse...

Oi Carla, obrigado!
Em breve vou conferir os links indicados da semana.

Abs!

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